A História da Família Grazziotin inicia no Século XVIII na cidade italiana de Veneza, onde eram prósperos comerciantes. Para ampliar seus negócios, em 13 de fevereiro de 1879 chega ao Brasil o Sr. Valentin Grazziotin e sua família, em busca de novos mercados para o comércio. Em 1922, o Sr. Valentin Grazziotin (neto do Sr. Valentino e pai dos fundadores), busca novos horizontes estabelecendo-se no interior de Caxias do Sul, no travessão Alfredo Chaves, Distrito Nova Trento, hoje Flores da Cunha.
Casado com Rachele Bordin Grazziotin e pai de 12 filhos (Ângelo, Diamantina, Olga, João, Tranqüilo, Idalino, Plínio, Reni, Vely, Olírio, Clarice e Volmar), trabalhava com comércio e agricultura de subsistência, em que o excedente do consumo era comercializado em São Sebastião do Caí, junto com produto que comprava dos produtores da região. No retorno, passava em Caxias do Sul, de onde trazia mercadorias para vender. O Sr. Valentin também comprava e vendia suínos e gado, animais que ele mesmo conduzia a cavalo, de uma região para outra do estado.
Para o Sr. Valentin a família sempre foi o mais importante e era responsabilidade de todos. Por isso, na medida em que seus filhos cresciam e não havendo possibilidade de todos permanecerem na mesma terra (pois esta não era suficiente para todos), o Sr. Valentin estabeleceu uma regra para poder ajudar a todos os filhos no início de sua caminhada: cada um que estivesse pronto para partir e iniciar seu próprio caminho, levava consigo um irmão mais novo, para iniciarem juntos um novo negócio. A cada um, o Sr. Valentin emprestava uma certa quantia de dinheiro que , mais tarde, deveria ser-lhe devolvida, para que ele pudesse ajudar a todos de igual maneira.
Assim, com base nesta regra, quatro irmãos resolveram iniciar um negócio no final do ano de 1949: Tranqüilo, Plínio, João e Idalino. Eles deveriam começar um atacado, a cidade escolhida deveria ser localizada em uma região rica, que possibilitasse aos jovens comerciantes comprar produtos agrícolas locais e vender nos centros maiores. Além disso deveria ter prosperidade bastante para que pudesse comprar produtos manufaturados nos grandes centros e realizar boas vendas na região. Teria que ser uma cidade bem servida por rodovias e ferrovias e de fácil acesso, pois isso significava ser um bom centro comercial. A escolha recaiu sobre a cidade de Passo Fundo no Planalto Rio grandense que preenchia os requisitos e ainda contava com uma fábrica de cerveja e grandes frigoríficos, gerando um grande tráfego de caminhões e intenso comércio local.
A família de Valentin Grazziotin e Raquel Bordin (sentados ao centro) em foto de 1947. Em pé, da esquerda para a direita, em destaque aparecem os fundadores Tranqüilo, João, Plínio e Idalino.
Tomadas as providencias necessárias para iniciar o negócio, o atacado foi então aberto a 24 de maio de 1950, na Av. Presidente Vargas nº 64, com um capital inicial de 300 mil cruzeiros (aproximadamente R$ 110.000,00 em moeda do ano de 2000), emprestados aos irmãos pelo seu pai Sr. Valentin. O negócio que já iniciou com atacado e varejo de secos e molhados, tornando-se uma próspera casa comercial.
Já em 1952, ocorre a primeira mudança na sociedade, com a entrada do Sr. Valentin, outros irmãos e outros sócios. Expandem-se os negócios, e a empresa entra no ramo de importação e exportação. Exportavam cereais e lã de ovelha e importavam armarinhos, arame farpado, soda cáustica, armas e munição. Torna-se também , uma forte fornecedora de grãos para os grandes centros do Brasil, principalmente São Paulo e Rio de Janeiro para onde levavam feijão branco e preto produzido na região e os vendia com um marketing diferenciado: ” feijão do saco para a panela”, pois o feijão era catado a mão e limpo antes de ser vendido. O consumidor somente teria o trabalho de tirar o feijão do saco e colocar na panela.
Em constante expansão na década de 60, foi adquirido o prédio e as mercadorias da empresa MAX AVILA, na Av. Presidente Vargas nº 20, onde 1965, foi inaugurado um moderno prédio no qual ainda hoje se localiza uma Loja Grazziotin e uma Tottal.
Quando o Brasil conseguiu a estabilidade da inflação, no final da década de 60, a Grazziotin experimentou um crescimento acentuado, trabalhando com eletrodomésticos, fogões, geladeiras, aparelhos de TV, máquinas de costuras, etc., vendendo no crediário em até 36 pagamentos e sendo a primeira loja da região a ter sistema automatizado de venda, algo inédito para a época. Houve uma época em que em apenas um pedido ao fornecedor foram adquiridos 1.000 fogões, tão grande era a demanda. Na mesma proporção em que o comércio do varejo crescia, decaia o comércio por atacado, de tal forma que, no final da década de 70, a Grazziotin que se conhecia nada mais tinha a ver com a que iniciara 20 anos antes, em termos de foco de negócio.
A Grazziotin dos anos 70, já com a segunda geração participando da administração, era uma empresa varejista, comercializando móveis, eletrodomésticos, bazar, ferragem e material de construção, com um sistema de comercialização de segunda vanguarda. Colocava a mercadoria ao alcance da mão do cliente, eliminando as prateleiras, as gavetas e tudo o que separasse o consumidor do produto. Em 1971, foi feita a opção pela expansão com abertura de filiais, a primeira sendo em Erechim, logo depois Carazinho, Marau, Cruz Alta e assim por diante.
Em 1974, foi adquirido um computador IBM/3, para dar suporte as operações de empresa nos sistemas administrativos e comerciais.
Quando a família completou em 1979 seu centenário no Brasil, inaugurou o prédio do Centro Administrativo, um complexo moderno, com 2.800m² de área construída, junto à área de distribuição central, abrigando a administração da empresa que estava dispersa em vários locais, num terreno de 85.000 m².
No mesmo ano, buscou o primeiro aporte de capital, passando à Sociedade Anônima, com ações comercializadas na Bolsa de Valores. A razão social passa a ser Comercial Grazziotin S/A.
Os anos 80 iniciaram árduos para o comércio, principalmente para o mercado de eletrodomésticos. A concorrência era acirrada e predadora. A empresa tinha duas opções: entrar na guerra da concorrência e correr os risco deste processo ou mudar: Optou por mudar. Embora sem ter conhecimentos para trabalhar com moda, a direção foi buscar o conhecimento necessário para se redimensionar, transformando-se em loja de moda e bazar. Foi um período difícil, de trabalho duro e incansável, muitas viagens à Europa foram feitas, principalmente para a Itália, buscando aprender como trabalhar com moda, o que era para a empresa, uma novidade. Mas o sucesso coroou este esforço.
Em 1981 a razão social mudou para Grazziotin S/A. Começou a abertura da empresa em redes diferentes. Primeiramente a Grazziotin inicia o processo de modernização separando o material de construção do restante da loja, ficando o nome Grazziotin para a linha de moda e bazar.
Em 1984, foi criada a rede Tottal para materiais de construção, pois não ficaria adequado comercializar moda e material de construção numa mesma loja, tampouco com o mesmo nome. As lojas Tottal, hoje com nova marca, Tottal Casa & Conforto, trabalha com reforma, manutenção da casa, lazer e conforto para o lar.
A rede Por Menos foi criada em 1985, e se destaca por ser uma loja de descontos, apresentando linha popular de moda e bazar. Desde agosto de 1999, passou a se especializar em moda e a vender a prazo, pois até então só comercializava seus produtos à vista.
Em fevereiro de 1989, surgiu a rede Franco Giorgi, oferecendo produtos de moda masculina com marca própria e padrões internacionais.
Seus produtos são fabricados nacionalmente ou importados.
Em 1989, foi criada a GRATO S/A, em sociedade com a TODESCHINI, e foi adquirida grande área de terras na Bahia, onde hoje são plantados soja e milho e estão sendo dados os primeiros passos na pecuária. Em 1994, instituiu o sistema APR, da Administração Por Resultado, onde passou a premiar os funcionários com parcela do lucro da empresa. A automação das lojas teve início em 1995, com a instalação de terminais PDV, micros, leitoras de código de barras scanners e impressoras.
A Grazziotin S/A foi fundada como familiar, mas é muito mais do que isto: foi fundada como um time quatro irmãos que se apoiaram uns nos outros. Hoje são 4 redes que com gestão independente, apoiam-se permanentemente, garantindo a continuidade de todas. No início, quando eram quatro irmãos cada um contribuía com o melhor do seu esforço, fazendo tudo o que fosse necessário para que o empreendimento desse certo.
Hoje, cada colaborador faz parte desse time, contribuindo num sistema de administração participativa e aberta a todos. A adequação ao mercado, a mudança para melhor atender às necessidades dos clientes, a preocupação constante com a modernização são verdades permanentes.
A seriedade nos negócios, a disciplina no trabalho, a vocação para o comércio, são aspectos que se comprovaram ao longo dos seus anos de existência e que garantem a continuidade da empresa. Por isso investe na formação de suas equipes de trabalho com treinamento permanente e com a preocupação da manutenção de um ambiente profissional digno, que permite os seus colaboradores tornarem-se participantes da construção da empresa.